Na UV 2004, todos os participantes tiveram a possibilidade de dirigir perguntas escritas aos conferencistas e a personalidades que se associaram a esta iniciativa. De entre as perguntas que lhes eram destinadas, os nossos convidados escolhiam duas para dar resposta e para serem publicadas no JUV.
Aqui podem ser consultadas não só as perguntas seleccionadas pelos convidados e as respectivas respostas mas também todas as restantes que não chegaram a ser publicadas.
Considera-se Ministro de um Ministério de "segunda" e no qual o investimento é cada vez menor?
Não há Ministérios de primeira e de segunda, mas mesmo que os houvesse a agricultura seria de primeira.
Porque sem agricultura, o território não seria o que é, o País não seria o que é.
Porque sem agricultores não há agricultura.
Porque sem jovens agricultores não há futuro para a agricultura.
E porque sem qualidade de vida não há jovens agricultores.
E importa recordar que o orçamento da UE para a agricultura é 45% do total do seu orçamento (100.000 milhões de euros)
Sendo os Açores uma Região Ultra-Periférica o que é que o governo em parceria com o Governo Regional está disposto a fazer para que se cortasse o embargo da carne portuguesa, evitando o embargo à carne açoreana? Será que a carne açoreana não poderia ser exportada directamente dos Açores sem ter que passar pelo continente e, por isso, ficar sujeito ao embargo?
Estamos a trabalhar para que o embargo seja anulado ainda este mês. O circuito de exportação de carne é do domínio da economia, não devendo ter interferência do poder público. Mas se o tiver, em casos excepcionais, nos Açores a responsabilidade é das instituições de governo próprio da região.
Em caso de intempérie que provoque destruição total ou parcial das culturas, aquilo que os agricultores fazem a priori é pedir apoios ao Governo para colmatar os danos, quando os seguros, se existissem, podiam amenizar os prejuízos. Gostaria de saber qual a sua opinião em relação a este assunto?
Do ponto de vista de prioridades, não será melhor incentivar os agricultores para produzirem mais em Portugal, do que gastar elevadas quantias, em importação da mesma agricultura (com qualidade mais baixa)?!
Qual acredita que será o impacto do alargamento da União Europeia nas quotas de produção dos nossos produtos? Qual a expectativa para esta expansão do Mercado?
Sabendo que a agricultura é um meio de subsistência de auferimento de rendimentos para várias famílias, porque é que se continua com uma política passiva, estagnada no tempo ? Porquê não passar da teoria do prometer, para a realização dos projectos, descer à terra, como Sá Carneiro?
Que medidas tem tomado o Ministro da Agricultura para evitar que os subsídios para a agricultura sejam encaminhados para jipes e casas ao invés de serem aplicados naquilo para que foram realmente destinados?
Tendo em atenção a heterogeneidade do nosso País e a rica fonte de recurso, não estará associada à fraca produtividade do sector primário a actual estrutura de redistribuição de subsídios? Porque não se promovem subsídios ao produto (unidade produzida)?
Na sequência da aprovação em Conselho de Ministros da Agência de Qualidade Alimentar, como vai ser o recrutamento do pessoal? Irão recrutar recém licenciados dando-lhes formação ou irão recrutar pessoas já existentes na função pública?
Quando vai começar a ser aplicado o novo sistema de subsídio ao tomate de indústria? Quais as principais alterações introduzidas e quais os impactos no sector a curto e médio prazo?
Em Portugal existe o problema do escoamento de produtos agrícolas, muitos produtos vão para o lixo. Será que esses produtos não poderiam ser doados aos países mais pobres?
Quanto tempo é que os distritos do interior vão levar para voltar a ser dignos contribuintes do produto nacional, já que a PAC os impede de voar e ser felizes?
Portugal tem recebido muitos fundos da União Europeia com o objectivo de serem aplicados na área da agricultura para, deste modo, haver um aumento de produtividade nesta área. Eu vivo no Alentejo e vejo e conheço pessoas que utilizaram esses fundos para comprar carros, restaurar e construir montes nas herdades, etc. A minha pergunta é: Será que o nosso país não deve investir mais na criação de entidades fiscalizadoras para alterar esta situação?
Os agricultores portugueses estão preparados para evoluir de uma agricultura de quantidade para uma agricultura de qualidade? Qual o caminho a seguir para operar esta mudança na agricultura portuguesa?
Ao longo dos anos foram atribuídos subsídios agrícolas em dinheiro cujo fim foi por vezes duvidoso. Não acha que seria mais correcto o Estado apoiar métodos/tecnologias agrícolas inovadoras em detrimento dos subsídios em dinheiro?
Nos últimos anos decorreu o "Boom" da Sociedade de Informação que eliminou as distâncias físicas e aproximou as populações criando o conceito de "Aldeia Global". Como Açoreano, sentiu que este aproximar se faz sentir na sua região autónoma ou ainda temos um longo oceano para atravessar?
Será que vale a pena ter a preocupação no cumprimento do sistema de quotas de produção previsto para o nosso País, sabendo que existem países que, sistematicamente, os ultrapassam?
Até que ponto Portugal tem capacidade para modernizar a nossa frota pesqueira com a finalidade de tornar esta actividade mais competitiva em relação aos nossos parceiros europeus e mais rentável?
Nos últimos tempos verificou-se uma certa preocupação com o sector dos vinhos portugueses, realizando-se até estudos de grande importância e liderados por pessoas de relevo como M. Porter. Não considera que Portugal poderia fazer muito melhor neste sector? Não poderia ser um cluster de sucesso em Portugal?
O que o moveu a aceitar o convite do Primeiro-Ministro de Portugal, Dr. Pedro Santana Lopes, para o Ministério da Agricultura? E quais os seus objectivos?
Um ano após a realidade mediatizada da devastação e quase perda total da floresta nacional, as dificuldades reais continuaram, porque não houve prevenção. Que medidas reais governamentais e locais deveriam ser colocadas em prática a curto/médio prazo? E porque não avançar na proposta de profissionalização dos bombeiros municipais de todo o país, através da formação descentralizada?