Na UV 2004, todos os participantes tiveram a possibilidade de dirigir perguntas escritas aos conferencistas e a personalidades que se associaram a esta iniciativa. De entre as perguntas que lhes eram destinadas, os nossos convidados escolhiam duas para dar resposta e para serem publicadas no JUV.
Aqui podem ser consultadas não só as perguntas seleccionadas pelos convidados e as respectivas respostas mas também todas as restantes que não chegaram a ser publicadas.
O Engº Carlos Pimenta referiu ao público que a "Energia Eólica" é igualmente potenciadora de uma nova fileira industrial para fabrico de equipamento, havendo assim algo mais por detrás de uma "Energia cara". Acredita realmente que teremos mercado quando, por exemplo, existe uma vizinha Espanha, líder nas diferentes vertentes ?
Portugal tem neste momento 350 Mw de energia eólica, num total que o Governo prevê de 3.750 Mw em 2010. Como o investimento é da ordem dos 1.1 milhões de euros/Mw, estamos a falar em mais de 3.500 milhões de euros, ou seja, quatro Pontes Vasco da Gama. Este é porventura o sector económico que mobilizará mais investimentos, pelo que seria uma pena se não procurássemos aumentar o valor acrescentado português, a I&D e a criação de emprego, ou seja, fazer como a Dinamarca (e a Espanha), apostando em tecnologias em plena expansão.
Será a política de tratamento de lixos e resíduos domésticos em Portugal, nomeadamente a separação de lixos, apenas uma ilusão? Não deveria existir uma política mais activa em particular do tratamento de resíduos?
A separação, reciclagem e compostagem dos lixos domésticos é a única alternativa compatível com a sustentabilidade do ambiente e ao mesmo tempo uma forma de participação dos cidadãos, u seja, é um veículo de educação ambiental. Em Portugal ainda há um longo caminho a percorrer até chegarmos aos níveis de reciclagem previstos nas normas europeias e desejáveis num País com o nosso desenvolvimento.
O crescimento urbanístico das cidades não deveria ter em conta o melhoramento dos transportes públicos e, por exemplo, criar infra-estruturas para o uso de bicicletas (com corredores nas cidades) fosse possível?
Acha que ainda vale a pena continuar a destruir e banalizar toda a costa portuguesa com erros e aberração paisagística, nomeadamente, campos de golfe, prédios e casas, apenas, com o intuito de favorecer certos interesses privados?
Sendo as questões europeias crescentemente importantes, quando foi Deputado ao PE não sentiu alguma frustação pela pouca atenção dos portugueses e, em especial, dos Media à acção do Parlamento Europeu?
Acha que o facto do aumento do preço do petróleo pode resultar numa aposta da energia nuclear (com toda a sensibilidade que ao Ambiente diz respeito) em detrimento das energias renováveis?
Vários estudos já provaram que as energias renováveis são mais baratas. Porque será que Portugal e a maioria dos países leva muito tempo para aplicá-las (no caso da aplicação de energia eólica, p.ex.)?
A indústria florestal é uma actividade que incentiva a fixação no interior, o planeamento territorial ordenado e a protecção do ambiente. Que estratégia tem o PSD para a dinamização desta indústria?
Acha mal a Eucaliptização das terras pobres do país? Eu não acho mal, pois essas árvores criam ou fixam alguma manta morta (matéria orgânica) que de outro modo não se fixariam, por ausência de vegetação.
O que será mais vantajoso: O aumento das coimas para empresas que não respeitam os requisitos ambientais? ou, se por outro lado, se deve estimular mais essas empresas a modernizar-se?
O ordenamento do território é também um problema ambiental. Portugal tem graves lacunas nesta área. Trata-se, apenas, de uma questão de falta de cumprimento da legislação ou ainda falta, estamos ainda muito atrasados nesta matéria, quando comparados com outros países europeus?
Tendo em conta os critérios actuais para a expropriação de terrenos para a construção de uma auto-estrada e tendo em conta que todos os dias se cometem terríveis injustiças, proponha ou sugira formas de anular ou minorar essas mesmas injustiças.